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terça-feira, 27 de maio de 2008

Fogos-de-luzes


Desde fai um tempo, observa-se na Galiza um incremento na tensom da vida política galega. E é que cheira a duro combate dialéctico... ou demagógico. Seguramente, a pré-campanha das autonómicas seja das mais duras e agressivas dos últimos tempos. Todos os partidos se jogam moito, sobretodo, a sua pax interna.

O PsdG, simples franquícia do PSOE, tenta limar asperezas após o conflito com José Blanco e aposta por um discurso em excesso optimista, co que podem levar um caralho coma um braço. Os sociolistos, aproveitando a crise do PP que afecta de esguelho aos de Feijoo, tentarám superá-los em número de votos e converter-se na primeira força política da nossa naçom, co objectivo de acadar a maioria absoluta.

Contodo, este discurso só é de cara a galeria, pois ninguém pode crer esta quimera tourinhana. O PP investirá e empenhará se fai falha todos os seus esforços nas autonómicas pois em jogo está algo mais que um governo autonómico: a correlaçom de forças e poder dentro da direcçom estatal, ou seja, se Feijoo manterá o poder do PpdG em Génova ou nom. Portanto, o PsdG vai medrar, previsivelmente, menos do aguardado. Ora, si é certo que nalgumhas cidades poderám ranhar votos ao PP, ainda que se o BNG de Anjo Quintana é quem de fazer visível o seu trabalho no Governo e a sua capacidade negociadora com Madrid, que nom tenhem as sucursais galegas do PP e o PSOE, ganhará com facilidade o apoio já nom só do nacionalismo, mas tamém o voto galeguista do PP e do PsdG descontentes pola crise e a guerra submergida entre 'ultras' e 'moderados' (até Fraga dixo que se estavam perdendo os valores*), outros polo continuísmo em política social e matéria lingüística nas áreas que governam os de Tourinho.

* O demo sabe mais por velho ca por demo. O senador e ex-chefe fascista na ditadura conhece qual é o discurso que permite governar o Estado, pois só com Madrid e o voto da extrema direita nom se chega à Moncloa. De facto, Catalunya e Euzkadi coutárom-lhe o passo a Rajoy. A grande burguesia prefere um partido que garanta os seus interesses sem confrontos nem protestas sociais, assí o demanda o novo cenário económico da crise. Pola súa parte, o amigo Mariano conta contar esta guerra que o deixará perante o grosso da opiniom pública coma um moderado sem mudar ideologicamente rem no seu partido, pois pactar cos “nacionalistas” é a única via para chegar ao poder.

domingo, 18 de maio de 2008

Quem é que defende realmente ao galego?




Galiza Nova Chantada, 18 de Maio de 2008

O povo galego manifestou-se mais umha vez polos seus direitos colectivos e milheiros de galegos e de galegas saírom às ruas de Compostela para berrar forte e alto a sua vontade de poder viver em galego, na língua própria da Galiza.

No entanto, o panorama lingüístico apresenta-se cada dia mais preto, sobretodo, entre a mocidade urbana. Em cidades coma Ferrol só 1'4% dos moços de entre quinze e vinte e quatro anos tenhem como língua oficial o galego, por enquanto algumhas associaçons alertam contra a imposiçom do galego: o mundo às avessas. Como moito, porém, poderia-se falar de restituiçom quando denantes do franquismo o empregavam 80% das galegas e dos galegos[1]. Por trás desta caída fulgurante do galego estám séculos de prostraçom nacional e de dependência económica, noutras palavras, de colonialismo feroz e de repressom lingüística mais ou menos palpável.

Destarte, o espanholismo continua coa sua firme vontade de fazer do castelhano ESPANHOL, quer dizer, de eliminar qualquer língua que nom seja a do Estado, coidando assí pôr ponto e final as arelas arredistas dos povos trabalhadores oprimidos polo imperialismo espanhol. Nessa teima trabalham com jornais, televisons e rádios na língua da Meseta; nessa direcçom encaminham velhos e novos pré-juízos contra o galego; e nessa loita esganam-se por evitar que o povo galego tome consciência de que galego e português a mesma cousa é, como é que na Estremadura espanhola estudam mais escolares português ca na Galiza? Ou como explicar a colonizaçom lingüística que sofre o próprio galego, começando por umha ortografia castelhana que o dota de invisibilidade e de permeabilidade perante todo tipo de intrusons léxicas, fonéticas sintácticas e morfológicas? Nós coa AGAL dizemos que «os bons e generosos a nossa ortografia entendem» e que o galego é umha língua internacional, por isso as companheiras e companheiros de Chantada subscrevemos os manifestos de AGAL e da MESA[2].

O PSOE continuou a política lingüística do PP, cuja máxima pauta é aplacar consciências atormentadas cumha defesa da nossa língua meramente nominal, sem vontade algumha de mudar o estado actual de cousas. Assí, a política lingüística actual é umha política de chiringuito como o era a o PP, com fortes subvençons a jornais que rem escrevem em galego, mas que si podem escrever bem de Tourinho e companhia[3]. O novo Decreto 124/07 que fixa 50% da ensinança em galego[4] ficou mais umha vez em papel molhado, pois nom se percebe vontade na Conselharia de Educaçom de garantir a sua implantaçom real e efectiva. De facto, num acto organizado na faculdade de filologia polos CAF o dia 14 deste mês, Henrique Monteagudo, Carlos Calhom e um membro da AGAL denunciárom as eivas da Lei de Normalizaçom Lingüística (1983) e a sua nefasta aplicaçom. O próprio Monteagudo assinalou como o ilustre lingüista Itamar Even-Zohar se surpreendeu polo abismo existente entre a defesa retórica e a defesa formal do galego entre as nossas classes políticas, extremo que nunca denantes tinha observado.

Hoje queremos despedir-nos cumhas palavras dum senlheiro camarada, pois somos conscientes de que o monolingüismo social em galego só se atingirá quando Galiza seja dona de se negar e dona de decidir, ou seja, quando exista umha verdadeira soberania popular galega que nom tenha que pedir permissom a nengum centro de poder alheo:

«Sem estado próprio podo existir naçom, mas nom soberania, nem poder constituinte, nem ordenaçom política e jurídica particular dum território nacional. Direitos estes irrenunciáveis para umha organizaçom nacionalista (...). Tenhamos ou nom como norte a independência, que um nacionalista a exclua de antemao significa ignoráncia e capitulaçom ideológica. Dirigir é algo mais que exibir o bigode na pantalha. Compre tamém difundir pedagogia», Bautista Álvares.



[1] Na verdade, estas tentativas assimilacionistas som verdadeiros anjos exterminadores do espanholismo, que aplicam a língua, dumha forma totalmente acientífica, critérios do neoliberalismo. Entom, vê-se bem que haja línguas fortes que exterminem às línguas débeis, como é bom que os EUA fagam guerras imperialistas... é o mesmo darwinismo social e chauvinismo eurocéntrico que se aplicou sobre da África para justificar a trata de escravos e o posterior espólio dos seus recursos. A lei da selva, o mais forte impom-se ao seu antolho e tem direito a destruiçom do património comum.

[2] Achamos que o galego deve caminhar cara a reintegraçom no espaço lingüístico que lhe é natural, ou seja, na lusofonia, pois actualmente o galego está isolado do português, o qual só desencadeia um hibridismo esperpéntico que conduze à populaçom galega a ignorar as imensas possibilidades da língua de seu, o galego-português.

[3] A respeito destes “convénios” a prol do galego podemos achegar alguns dados . No primeiro quadrimestre deste ano as ajudas à imprensa escrita acadárom os dous milhons de euros, mas alguns jornais como A Nosa Terra ficárom fora do reparto, segundo Marisol López porque «a esses nom os temos que convencer». Nesta vontade de convicçom devem incluir-se os 120.000 euros que recebeu a COPE, medio siempre entusiasta con la defensa y promoción del dialecto gallego.

[4] O anterior Decreto 247/95 tam só marcava um mínimo de 33% se nom nos falha a memória.


quarta-feira, 14 de maio de 2008

A mocidade arredista de Chantada contra o especulaçom capitalista no ensino e no leite

1.-Até a vitória sempre: sem loita nom hai esperança, sem esperança nom hai êxito possível



1.1.-Universidade à bolonhesa

Os companheiros/as de Galiza Nova de Chantada compartilhamos co estudantado galego a greve do 28 de Março, em protesto pola desmesurada suba das taxas e pola implantaçom do Plano Bolonha, ou seja, mobilizá-mo-nos perante a privatizaçom e a elitizaçom do ensino, que é o que vem a ser Bolonha.

Bolonha nom vai além de pôr ponto e final a possibilidade dumha universidade pública, universal e de qualidade, pois é umha reconversom industrial aplicada ao ensino e que bebe da mais salvage praxe do neoliberalismo (inspirando-se no modelo ianque e inglês). Se bem é certo que um espaço de educaçom europeu comum poderia ser positivo, o desenho, elaboraçom e aplicaçom do mesmo é totalmente arbitrária, antisocial e anárquica e as suas conseqüências serám, estamos seguros, terríveis, pois rebaixará ainda mais o nível formativo do estudantado, inçará o trabalho precário, elitizará a universidade (as bolsas desaparecem e substituem-se por créditos brandos), converterá às humanidades em párias do saber (a insultante reforma do bacharelato vai por aí) e aos graduados em simples força de trabalho, precária e explorada... É este o ensino que queremos para a Galiza do futuro? É este o mundo cara o que queremos caminhar?

Os estados capitalistas anteponhem os meios materiais aos humanos, mas com esta reconversom industrial do ensino morrerá definitivamente o homo sapiens para dar pé ao home-máquina, o super-home do neoliberalismo, o homo industrialis, ou o que é o mesmo o baleiro existencial absoluto. Embora a brincadeira poda parecer exagerada, a orientaçom que se lhe dá à ensinança e, portanto, à sociedade, é a de alheá-la ainda mais e marginar as ciências humanas, pois nom é bom que as pessoas pensem por si próprias, isso nom lhe interessa ao sistema... Quiçais fosse melhor investir primeiro em capital humano e logo em capital material. Porque na Galiza fam falha mais médicos e Cuba pode pôr milheiros deles (ou de mestres) manhá em qualquer parte do mundo?

1.2.- Divide e venderás

«Moita gente – moça ou velha- confunde revoluçom com rebumbio, sem se decatar que o rebumbio é cousa adjectiva, nom substantivamente unida à ideia de revoluçom. (...) Nom queremos com isto negar a eficácia do berro, e si só a do berro mal fundado e sem conteúdo, que por vezes xurde case unicamente das ganhas de berrar. Sinceridade, valentia, exultaçom, atitude afirmativa ou rebelde: todo isso está moi bem quando se pensa o que se di»[1].

No entanto, polo de agora, o Ministério de educaçom está levando avante o Plano sem umha oposiçom coordenada, esquemática e unida (que nom implicaria uniformidade). Destarte, ainda que em Sevilha, Catalunya ou Madrid houvo protestos notáveis, o estudantado fica dividido em irrisórias agras ideológicas de ninguém que só beneficiam aos mesmos de sempre. Concretamente, na nossa naçom percebeu-se com total nitidez este facto. Doe-nos reconhecê-lo, mas como assistentes sentimo-nos avergonhadas/os perante a divisom, a confrontaçom inútil e a indiferença da maioria, todo hai que dizê-lo, que prefere ir protestar polo feche dos pubs e discotecas às seis da manhá a defender o seu futuro, o dos seus irmaos e irmás e o dos seus filhos e filhas... nom som bons tempos para SER só para TER.

A greve (cast. huelga) do outro dia foi um esperpento, permita-se-me o castelhanismo, onde os membros duns sindicatos insultavam aos outros, por ver quem era mais radical. O normal teria sido unir-se à manifestaçom de CIG-ensino, ou quando menos fazer umha unitária entre AGIR, CAF e o Sindicato de Estudantes, mas nom. Cada um polo seu vieiro, caindo no absurdo, no ridículo, no infantilismo político maior que lembro em moito tempo. Como é que nos vam tomar a sério se nós próprios actuamos como inconscientes?

Entom, a ver se entre todos imos aprendendo que ser radical nom é barulhar mais ca o contrário, que nom é fazer destroços, nem pintadas num Telepizza (para que logo as limpe a mesma trabalhadora explorada a que dim defender), nem ser mais guay ca ninguém. Ser radical acho que é defender as ideias próprias desde o convencimento e as convicçons próprias, mas empregando o que na Galiza chamamos sentidinho, ou seja, estabelecendo umha praxe política com prioridades acordes a cada conjuntura histórica e reconhecer as verdadeiras ameaças, unindo-se aos que compartem a loita, ou por acaso os bolcheviques nom se coligárom cos mencheviques quando a situaçom o requereu?

Finalmente, quigéramos rematar num tom menos pessimista chamando a acçom conjunta da mocidade galega perante um problema e um inimigo comum, mas o céu segue coberto de nuvens que nom deixam vê-lo sol de Maio. Terra a nossa!

2.- O rural dá um passo histórico graças à lavoura do BNG na Junta de Galiza


Assemade, estivemos presentes o passado dia 30 de Abril na manifestaçom que convocou o Sindicato Labrego Galego e à que se somárom outras forças sindicais, para vindicar condiçons de produçom dignas para os nossos labregos. Certamente, a concentraçom foi seguida por milheiros de pessoas, o qual dá idea da situaçom de desesperaçom dos nossos gandeiros perante a precaridade que sofrem pola especulaçom dos grandes grupos lácteos, sobre de todo os de capital estrangeiro, polo que compre agir na constituiçom dum grupo lácteo galego que seja competitivo e garanta certa estabilidade no mercado estatal. Contodo, desta volta semelha que os protestos terám resultados positivos, pois o conselheiro de Meio Rural vem de anunciar a aprovaçom do contrato homologado neste mês de Maio, que foi aplaudido polos sindicatos e que agardemos poda implicar a sério à indústria.

No entanto, para as trabalhadoras e trabalhadores do rural galego a batalha nom rematou e o próximo grande repto desta soterrada “reconversom” do nosso agro (que começou em 1986 coa entrada na UE) será enfrentar-se com garantias à desapariçom da quota láctea, pois isto acentuará ainda mais no livre mercado e os nossos gandeiros nom podem competir em igualdade de condiçons com ingleses, franceses ou alemáns. Algumhas ameaças para o futuro serám:

A.- a baixada do leite devido ao minifúndio, que provoca a dependência de forrages (cada vez mais caros pola especulaçom traçada encol o biodiesel) e que se retroalimenta polo endevedamento milionário das explotaçons em maquinária e quota láctea (o Estado espanhol nom a repartiu de balde coma o francês e foi campo de especulaçons e hiperinflaçons até que a Junta de Galiza botou mao dela);

B.- cooperativismo moi precário, devido ao passo “violento” dumha economia pré-capitalista a umha outra inserida no neoliberalismo, o qual incide na perda de atractivo do rural para a gente nova, pois, agá nas SAT's, requere 365 dias de adicaçom ;

C.- escassa mecanizaçom ou mecanizaçom deficiente, que se explica polo endevedamento dos nossos gandeiros já denantes explicado;

D.- e, quiçais, o mais importante, baixa formaçom dos labregos, que ocasiona fortes dependências, por exemplo: veterinários, reparaçons mecánicas, escassa qualidade genética dalgumhas gandeirias e, porque nom, cair nas poutas de certo caciquismo ou clientelismo ainda hoje vivo. Felizmente, os novos trabalhadores agrários parece que estám dando-lhe a volta a esta situaçom...

Em conclusom, o contrato homologado suporá um passo de gigante na estabilidade financeira das nossas explotaçons, mas, perante um panorama sem quota láctea iminente, o sector deve reagir de imediato e as diversas administraçons devem impulsá-lo, pois, na Galiza, o sector agrário segue a ser fundamental. Saúde e terra!


[1] Rafael Dieste: “Mozos mais non energúmenos”, El Pueblo Gallego , 10-Fevereiro de 1926.

terça-feira, 13 de maio de 2008

17 de Maio: dia da língua nacional.



Polo direito a vivermos em galego

Um ano mais celebramos a festa das nossas letras vindicando ainda o uso da única língua própria da Galiza e a plena normalizaçom do galego-português na Galiza. Um ano mais seguimos constatando o desleixo da administraçom, especialmente da Conselharia de Educaçom, que nom mostra vontade algumha de aplicar o novo decreto do galego para o ensino. Um outro ano registramos o nível mais baixo de utentes e o mais alto de espanholizaçom, colonizaçom e alheaçom cultural. Por se for pouco, as agressons sofridas desde sectores assimilistas e, portanto, espanholistas, até se recrudescêrom. Nom é por acaso que galicia bilingüe nascera agora que Fraga já nom rege os nossos destinos... hai quem deseja manter as prevendas e o status quo, o franquismo sem Franco. As prevendas culturais que coidam atingir quatro apátridas alheados, que odeiam o que eles próprios som desde a infinidade da estupidez humana. Prevendas culturais de quita e pom, prestígio social monstruosos baseado, sobretodo, no emprego da língua dominante, imposta, num contexto de colonizaçom cultural, política e económica como é o nosso[1]. Os mesmos que durante cinco séculos fôrom fiéis pendons do espanholismo na Galiza temem agora pola sua amadíssima lengua cervantina, quando é o galego-português o que corre sério risco de desapariçom na Galiza.

Um ano mais, as companheiras e companheiros de Galiza Nova, uniremo-nos à defesa do galego e acudiremos à manifestaçom do 18 de Maio, junto a milheiros de pessoas e colectivos conscientes da situaçom crítica que está a atravessar o nosso idioma; longe das falácias de dogmatismos de opereta como os propostos pola senhora Lago (presidenta de galicia bilingüe). Por todo o já citado, concordamo e subscrevemos o manifesto da Mesa pola normalización lingüística que, a continuaçom reproduzimos:

1.- Consideramos que viver em galego é um direito inalienável das pessoas da Galiza, e um dos direitos humanos elementares que temos como povo. Lembramos que o galego é o único idioma natural da Galiza, e que mesmo o Estatuto de Autonomia o qualifica como “a língua própria” do país, o que nos une como galegas e como galegos. O povo galego tem direito a que a sua língua ocupe todos os ámbitos da vida social próprios de qualquer idioma, com dignidade e com normalidade.

2.- Conseqüentemente, devem existir as garantias para podermos viver em galego, o que exige compromissos, assí como a aplicaçom e a adopçom das disposiçons legais necessárias por parte das administraçons públicas.

3.- Denunciamos e alertamos contra os que apontando-se agora à defesa dum suposto bilingüismo, um bilingüismo dumha soa face, pretendem unicamente o mantemento da diglossia e a desapariçom do galego. Ou, o que é o mesmo, a negaçom do direito colectivo à normalidade de usos da nossa língua em todos os ámbitos.

4.- Chamamos ao compromisso pessoal de todas e todos coa língua galega. Usemo-la em todos os ámbitos: começando pola família, coas nossas crianças, no nosso trabalho, nas relaçons coa administraçom, no nosso tempo de lazer, etc. O futuro do galego depende de nós.

Finalmente, reiteramos que, desde Galiza Nova, consideramos imprescindível que toda a militáncia do BNG adquira um compromisso inequívoco co idioma empregando-o sempre e em todos os espaços, pois esta é a melhor forma de promovê-lo. A prática lingüística das galegas e dos galegos, nacionalistas e arredistas especialmente, deve ser coerente coa defesa do uso social do galego-português, pois compre que haja paridade entre a ideologia e a praxe de cadaquem. Umha terra, um povo, umha fala!



[1] Incluso devemos falar de colonizaçom lingüística, pois, quando é que imos reconhecer que as vozes do Norte e do Sul do Minho som umha mesma língua com tantas semelhanças e diferenças como podem ter o castelhano e o argentino? De facto, é umha aberraçom, do ponto de vista científico, cair na confusom de identificar fronteira lingüística apenas com fronteira política. A ex república soviética de Moldávia, de fala romanesa, foi obrigada, após a morte de Lenine, a empregar o alfabeto cirílico num intento de russificaçom. No entanto, quando Moldávia atingiu a independência recuperou o alfabeto latino e reintegrou-se no espaço lingüístico comum que compartilha coa Roménia. Que cada quem tire as conclusons que considere oportunas.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

1º de Maio: naçom, socialismo e autodeterminaçom



1º de maio:

Naçom e socialismo no contexto do neoliberalismo

e a globalizaçom

Antom Fente Parada.

Galiza, Maio 2008.

«Qual será aquele povo tão perdido,

que a si não seja mais afeiçoado

qu’a outro estranho e pouco conhecido?», António Ferreira.

Resumo: Desde a década dos setenta véu-se impondo umha nova ideologia dentro do bloco capitalista conhecida como neoliberalismo, a qual tivo o seu primeiro ensaio na ditadura militar de Augusto Pinochet em Chile. As suas teses venhem soterrar o keynessianismo e advogar por umha feroz globalizaçom, polo espólio dos recursos do planeta e a privatizaçom salvage, o que trai consigo a fim do chamado estado do bem-estar. No entanto, após a II Guerra Mundial, recrudesceu-se o auge do nacionalismo em aparente contradiçom co fenómeno da globalizaçom. Aliás, a caída do bloco soviético recrudesceu a ofensiva neoliberal e trouxo consigo novos ideologemas imperialistas como “A fim da história” de Fukuyama ou a morte das ideologias, que amordaçárom, aos movimentos de esquerda e/ou antissistema, à vez que neutralizárom às forças operárias tradicionais já só disfarçadas de vermelho nos seus sloganes.

1.- Intróito

Hogano, somos conscientes, sobretodo no estado espanhol, ainda que às avessas, do emprego do nacionalismo como arma ideológica. Porém, nom existe um único tipo de nacionalismo, posto que esta é umha palavra neutra que se deve adjectivar, positiva ou negativamente. Assí, ouvimos a cotío nacionalismo basco, separatistas ou nacionalistas, denominaçom desdenhosa empregada polo espanholismo (nacionalismo essencialista e burguês parido na Revoluçom francesa de 1779), mas note-se que sempre em plural e com conotaçons. De facto, a associaçom entre estado e naçom nasce no feito histórico que, tradicionalmente, se véu considerando como fito fundacional da Idade Contemporánea, na cronologia eurocéntrica.

As ideas da burguesia ilustrada propugnárom umha nova ideologia em que a legitimaçom do poder já nom partia de deus, coma no absolutismo, mas dos cidadaos, depositários da denominada soberania nacional. Isto supujo que as Cortes de Cádis (1812) tentaram aplicar um modelo mimético – do francês- e sentar os piares da futura naçom espanhola (fabricada nesta época, ainda que com precedentes nos Decretos de Nueva Planta de Felipe de Anjou no XVIII). No entanto, este nacionalismo identificava-se co marco dos reinos peninsulares em maos dos Borbons (Portugal independeu-se definitivamente em 1640) e, já que logo, adscreve-se um cidadao a umha ou outra naçom em funçom do território onde nasça, quer dizer, é um facto que se deriva da sua essência e nom como froito dumha opçom ou escolha pessoal.

No Estado espanhol, rastrejamos já oposiçons a este embrionário projecto, de mais ou menos intensidade, afinais do mesmo século XIX, ora desde as novas ideologias (socialismo utópico, marxismo...), ora desde essoutros territórios do Estado que tentavam elaborar um discurso nacional próprio (Beramendi, 2007), com o qual a burguesia nom só recrudesceu o discurso centralista, mas tamém aginha se decatou da necessidade de incrementar a vigiláncia sobre dos povos trabalhadores colonizados, saqueados economicamente pola burguesia dos estado-naçons e logo através desta polo Imperialismo, pois

«a burguesia tamém abandonou o seu anterior nacionalismo e converteu-se num fiel peom do Imperialismo. Os camponeses de todo o mundo, por último, fôrom virando cara a esquerda e cara os processos de libertaçom nacional, sabedores de que nom havia umha outra alternativa para sobreviver frente ao Imperialismo» (San Vicente, 2008:8)[1].

No entanto, a burguesia empregou o discurso nacionalista-essencialista para alhear à classe trabalhadora e botando mao dos mitos e do irracional soterrar a loita de classes. Assí pois, o espanholismo botou mao, tradicionalmente, de duas vias ideológicas, no fundo convergentes, para atafegar às naçons sem estado nem autogoverno; dumha banda, apoiou-se no mito histórico, o irracional e a inventio de Espanha, transposiçom da cultura castelhano-andaluza à totalidade do Estado, doutra banda, empregou o recurso a um hipócrita internacionalismo, cujo único fim era perpetuar a aceitaçom da naçom espanhola face as restantes naçons do Estado sob um discurso progressista e, nos nossos dias, justificar o empório económico dum dos centros do Imperialismo: a UE, aliança da grande burguesia, afastada de qualquer formulaçom dumha unidade supranacional baseada na Europa dos povos e nom do mercado.

O recurso aos mitos é umha constante em toda a história de Espanha e, de facto, nas ensonhaçons imperialistas de Castela a naçom espanhola retrotrai-se praticamente até Atapuerca. Mas, a mitologia histórica acadou o seu zénite durante a ditadura do general Franco, coa conseguinte sobrevivência de crenças irracionais e falsas nos nosso dias. Mas que sejam verdadeiras ou nom é irrelevante, pois os mitos no fundo actuam como fórmulas de coesom social e por trás deles palpitam ideologemas ao serviço do nacionalismo espanhol, ou seja, do espanholismo[2]. A sua paranóia, o seu delírio e a sua megalomania tenhem múltiplas manifestaçons, por exemplo, a que expom Kamen (2006: 262)[3]:

«O jornal espanhol El País, meio permanentemente entusiasta do imperialismo cultural, proclamou de maneira delirante em 2000 que “por volta de quatrocentos milhons de pessoas falam hoje castelhano no mundo”(...). A ressonáncia que isto tem no contexto do presente ensaio é aclarar que os conceitos de universalidade e da “língua de Cervantes” surgem da profunda frustraçom que experimentou Espanha a partir do século XIX, e que nom desempenhárom um papel significativo no cenário cultural de Espanha de começos da Idade Moderna, momento em que os idiomas da Península coexistiam em relativa harmonia».

2.- É pertinente falar de naçom num discurso de esquerdas? O emprego dos ideologemas “nacionalistas” pola direita e o capital

«Lenin, di que nom se pode menos de reconhecer o sacro direito dos povos a dispor de si mesmos, e que nom hai nengum princípio liberal que justifique a oposiçom ao desejo dum povo de ser ceive e de governar-se a si mesmo pola sua própria vontade segundo as condiçons e segundo a própria natureza» Ramom Vilar Ponte (Blanco Echauri 2006:59).

Caberia começar aqui fazendo umha referência ao discurso de ingresso de Ramom Vilar Ponte no Seminário de Estudos Galegos, em 1927, intitulado “O sentimento nazonalista e o internazonalismo”[4], discurso que traceja já o verdadeiro sentido ideológico do nacionalismo galego. Efectivamente, podemos afirmar que é a primeira vez que se tenta conciliar, sistematicamente, a doutrina nacionalista, em quanto defesa dumha naçom conformada por um povo explorado por elementos alheos, coas doutrinas mais progressistas e radicais na altura, leia-se o marxismo. Destarte, nota que nom hai nengumha possibilidade de atingir sucesso na loita de classes sem o referente nacional, pois a classe trabalhadora nom é um ente abstracto, senom que deve realizar-se num meio sócio-cultural. Este meio afunda as suas raízes inclusive por cima do capitalismo industrial, quer dizer, a emancipaçom nacional é indissolúvel da emancipaçom social e, portanto, nom pode haver um projecto de libertaçom nacional a sério sem posicionamentos esquerdistas, como nom pode haver umha Galiza encardinada no socialismo sem umha defesa dum referente nacional próprio. Todo o demais é alheaçom parida polo Imperialismo, na face burguesa e na face essencialista e/ou meseteira do espanholismo, frente à que o galeguismo histórico apresentou um projecto alternativo, a sério e centrado na emancipaçom nacional e social do povo galego. Poderia-se resumir o esforço do Ressurgimento ou Ressurdimento (Rexurdimento), das Irmandades da Fala e dos homes de Nós cumha cita de Mark Twain:

«Um home cumha idea nova é um tolo. Até que a idea triunfa».

Precisamente, umha das estratégias de «doma y castración» do proletariado das naçons oprimidas consiste na camuflage do colonialismo interior, pois, em palavras de Robert Lafont, «o colonialismo interior leva indiscutivelmente à colonizaçom» e a burguesia regional adoita ser o veículo dessa auto-colonizaçom (Beiras, 1981:29). Para isso, compre destruir os costumes, memórias e tradiçons dum povo, a própria consciência colectiva de loita e existência. Assí pois, a erradicaçom de línguas, culturas, referentes colectivos e imaginários sociais tem a ver coa cousificaçom das massas; o capital nom precisa sujeitos que vivam e pensem por si, senom que advoga por cousificar, por umha massa de trabalhadores que acheguem a sua força de trabalho sem nengum tipo de protesto, totalmente alheados. O ideal é que o obreiro porte debaixo do seu casco um cérebro de patrom, ainda que pertença aos 854 milhons de pessoas que sofrem e padecem fame, e que a actual crise alimentária gerada pola especulaçom energética tende a agravar.

A compreensom da existência de Galiza como naçom nom é algo discutível, por enquanto se dam nela todas as condiçons requeridas para tal efeito[5] e por enquanto reune e reuniu todas as condiçons que se dam num regime colonial (embora seja este o pior dos colonialismos, o interior, quer dizer, que se produze dentro dum mesmo Estado, o qual evita que se poda balizar qualquer ingerência externa).

Hogano, semelha já indiscutível a inexistência de qualquer burguesia propriamente galega, noutras palavras, o capital galego é dependente, principalmente do espanhol, mas nom apenas. Portanto, o imperialismo cultural e lingüístico da meseta, moito mais subtil ca o económico (e já nom mencionaremos o militar, cujas conseqüências som palpáveis ipso facto), vem a assentar umha dominaçom cultural, que sofreu um pulo espectacular no século XX, graças ao totalitarismo do nacional-catolicismo e mais ao poder castelhanizador e castelhanizante dos mass meia, fiéis pendons da uniformidade cultural, suposta garantia da unidade «sacrossanta» disso que chamam Espanha. Contodo, este apogeu do capitalismo nom implica que o método marxista nom seja ainda o único válido para analisar o nosso mundo e para tentar transformá-lo, pois «mentres que exista exploraçom assalariada, opressom política e dominaçom cultural, e, ainda mais, enquanto que estas sejam reforçadas polo sistema patriarcal e pola opressom nacional, existirá loita de classes e, portanto, loita permanente entre a ideologia burguesa e o marxismo» (San Vicente, 2008: 15).

Destarte, nom é possível levar a prática umha revoluçom social (e revoluçom nom é queimar baldes do lixo nem rodas, senom transformar e mudar as condiçons de vida dos explorados), sem atendermos à pertença nacional de cada proletariado. Os processos anti-globalizadores de América latina, as revoltas surgidas no Pacto de Varsóvia perante a opressom Russa e as mais recentes do Tibete dam fé disto. A velha sentencia teórica do marxismo, a de que o proletário nom tem naçom, foi intencionadamente mal interpretada polos partidos comunistas dos estado-naçom, adoutrinados na ideologia imperialista dos mesmos. Marx expressava umha arela, mais utópica do que prática, dumha nova orde internacional baseada em relaçons igualitárias, entre naçons livres e homes livres, quer dizer, sem a colonizaçom e a exploraçom inerentes ao sistema capitalista (desde a trata de escravos à guerra do Iraque, passando pola colonizaçom e neo-colonizaçom da África e a América). Que o proletariado nom tenha naçom incide em que as velhos estado-naçons burgueses nunca poderám servir aos interesses da classe trabalhadora, pois fôrom concebidos como instrumento de controlo das massas, logicamente, ao serviço da nobre causa do lucro e o mercado.

3.- As novas estratégias do Imperialismo e o grande capital

Se anteriormente fazíamos fincapé na utilizaçom do nacionalismo essencialista, como disfarce ou atenuante da loita de classes, e do internacionalismo, como carauta dessa mesma essencialidade, ao serviço da burguesia[6]; agora centraremo-nos em analisar as novas estratégias de dominaçom do grande capital, ora mediante a uniformizaçom cultural salvage, baseada em estereótipos ocos e quanto mais efémeros melhor, ora através da difusom dum posmodernismo radical, com fundamentos numha sorte de niilismo, onde o primeiro mandamento é «o sistema é mau, mas rem podemos fazer para mudá-lo», ou seja, o que se véu denominando como “morte das ideologias” ou “fim da história” de Fukuyama... Ambas incidem no desejo de desarraigar e cousificar ao indivíduo, do que só interessa a sua força de trabalho. Assí as cousas, é perfeitamente compreensível o espectacular recorte que sofrem as humanidades no Estado espanhol (filosofia para que?) ou o infame processo de Bolonha, verdadeira reconversom industrial aplicada ao ensino.

Franco Savarino (2001:s/p) indica que «o derrubo das ideologias, a vaporizaçom das utopias, a fugida do pensamento forte, a vertiginosa aceleraçom dos fluxos culturais [até convertê-los em ruído] e o abatimento dos limites espaço-temporais parecem nom ter efeitos na sempre poderosa chamada do espírito nacional», posto que é, ao nosso ver, esse discurso identitário falsário dos estado-naçom umha corrente complementária de todo o anterior, ao que só respondem esporadicamente os explorados por meio de acçons, na maior parte das vezes, totalmente descoordenadas e erráticas. Os estado-naçons decimonónicos cumprírom a missom de nacionalizar aos cidadaos, sob o qual se agocham posicionamentos de legitimaçom dum poder criado pola nova classe dominante: a burguesia. Destarte, «o nacionalismo traia consigo umha primeira “globalizaçom”, arrasando sem piedade culturas antigas arraigadas no chao e no tempo histórico».

Aliás, o espanholismo serve de aglutinador a pessoas que, doutro jeito, nom topam resposta ao baleiro criado pola globalizaçom e os ideologemas arriba citados e isto quando os estados vem como as decisons de envergadura som tomadas polo grande capital, que é quem finança aos grandes partidos políticos, quem lhes permite manter custosíssimas campanhas eleitorais, e quem pom ao seu serviço meios de comunicaçom que fagam chegar a sua mensage aos votantes. No fundo, o sentido último do neoliberalismo e afogar qualquer possibilidade de participaçom democrática, ou seja, a ditadura do capital sem paliativos, mas edulcorada sob umha política-cisco:

«¿Nom hai tamém nos vossos países umha Galiza, um anaco de tempo remansado, filho de estrelas e de cristiandade, que nom entende a farsa – nem sequera para combatê-la- dum Estado, falso, atafegante e ornamental?», Dieste (1995: II, 327)

Conclusons

O nacionalismo ou independentismo de esquerdas banido de conteúdos imperialistas e essencialistas, é hoje o mais moderno, a reacçom perante o baleiro que apresentam o neoliberalismo, a globalizaçom e os seus ideologemas. Nom é já apenas conservar umha identidade ameaçada, mas tamém reagir perante a barbárie do desarraigo, froito do sem-sentido do niilismo post-moderno. Amais, nom pode nunca ser umha resposta retrógrada ou conservadora, moi ao contrário deve encaminhar-se como resposta dinámica à perda de sentido, valores e identidade social do próprio indivíduo e, daquela, seguir aquela máxima de Séneca: «a sabedoria é a única liberdade que existe», conjuntamente com aqueloutra de Marx: «os filósofos limitárom-se a observar o mundo, do que se trata é de transformá-lo». Podemos, pois, afirmar, sem medo a equivocar-nos, que ser galegos é estar no mundo, e nom hai rem mais internacionalista que o galeguismo de onte e de hoje, tal e como recolhiam os estatutos do Partido Galeguista (1931) ou o Sempre em Galiza de Castelao: GALIZA CÉLULA DE UNIVERSALIDADE.

Nom devemos esquecer tampouco que as dicotomias, as tensons criadas por ideologias divergentes conduzem à transformaçom social, ou seja, a contraposiçom da ortodoxia coa heterodoxia trai consigo a destruiçom da doxia (Bourdieu), produzindo a configuraçom de novas realidades e ideologemas sociais. Assí pois, para o nacionalismo ou o independentismo de esquerdas a libertaçom nacional é um passo exigido, simples e chaamente, polo processo de loita de classes e pola libertaçom social. Nom pode haver umha Galiza de mulheres e homes livres se nom existe um referente (espacial, cultural e, por ende, social) nacional próprio e nom subalternado a poderes externos cúmplices dos exploradores, isto é radicalizar a democracia, atalhar os problemas de raiz, sem tapulhos nem eufemismos, ou é que ao terrorismo de estado deve chamar-se-lhe danos colaterais? Umha política democrática a nível mundial requere conexons internacionais entre as forças da esquerda, pois globalizar a loita é globalizar a esperança.

Em conclusom, umha Galiza ceive nom implica erguer muros nem barreiras, senom compreender, avaliar e analisar a realidade galega para achegarmo-nos ao que somos e tentar melhorar as condiçons de existência do povo galego, sem por isso deixar de compartilhar co resto do mundo experiências, dor e bágoas... moitas nos agardam aos que acreditamos num outro mundo possível.

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[1] A traduçom é nossa. Para a transformaçom da burguesia sob a Revoluçom Industrial veja-se O imperialismo: fase superior do capitalismo, de Lenine.

[2] A construçom dum referente nacional galego tampouco se safou dos mitos essencialistas e históricistas, por exemplo, o recurso ao suposto celtismo de Galiza, compreensível só sob o contexto do romantismo decimonónico e a formulaçom do volkgeist herdiano.

[3] A traduçom é nossa.

[4] Embora a citaçom que fazemos pertença a Doutrina nazonalista (1921).

[5] Haveria que acrescentar que o sentimento de pertença a umha naçom é apreendido e, portanto, trata-se dum produto social, voluntário e que parte dos sentimentos e a consciência de compartilhar cumha colectividade história, cultura, língua, tradiçons... Negar que Galiza é umha naçom resulta tam ingénuo como querer chegar ao sol com asas de cera. Qual característica nom tem Galiza que si tenham França, Itália ou Rússia? Quiçais a falha dum estado próprio, mas entom a naçom vem determinada polo estado? A história tem-nos dito que nom, pois som mais bem poucos os estados homogéneos a nível cultural. O estado é um produto político ao serviço dumha minoria que rege os destinos da maioria, assí foi na Antigüidade e assí o é hoje, ou alguém esquece que na idílica democracia ateniense havia escravas e escravos?

[6] Mas nom sempre. Hai que pontualizar que alguns movementos libertários esquecem-se do seu próprio referente nacional, neste caso Galiza, crendo num sincero internacionalismo, porém adaptam a língua, a visom da história e da cultura dominante, exploradora e assimilacionista, neste caso a espanhola, num processo de infantilismo semelhante ao que descreve Lenine em A doença infantil do comunismo, mas aplicado à cultura e nom apenas à política.